segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Correndo atrás do sonho...

Oi, gente... acho que, agora, esse blog anda! Já que vai ser um dos canais de comunicação entre o Oriente e o Brasil...

Deixei várias coisas no Brasil me esperando e vim atrás de dois sonhos em um: voltar a estudar e morar um tempo na Europa. Não foi e, sei, não será nada fácil. Mas, como com todo sonho, são necessárias algumas coisas para sua realização: vontade, foco, empenho e, sobretudo, torcida.

Identifico-me, nesse momento, com umas palavras de Fernando Pessoa: "Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

A vida tem me dado coisas tão maravilhosas, em tão pouco tempo, que já estava começando a acomodar. Não tinha nada do que reclamar. E essa estava sendo um pouco a minha inquietação. Estava precisando de algo a mais. De um passo a mais. Confesso que não sei onde esse afã vai me levar, mas, por ora, é essa conquista que almejo.

Pisar aqui na Europa não é novidade. Mas, vou para uma cidade que não conheço: Berlim. Muitos me perguntaram "Por que Alemanha?". A resposta é simples: nada na minha vida aconteceu por acaso. As mensagens vêm na hora que parece que têm que vir. E, dessa vez, não foi diferente. Como eu já estava fazendo aulas de Alemão, vi a divulgação dessa oportunidade e a abracei.

Minha vinda é fruto de uma inscrição em um programa de Bolsas do DAAD, instituição que fornece bolsas para Mestrados e Doutorados na Alemanha. Não fui contemplada com a bolsa, mas, há quase 30 anos atrás fui contemplada com os melhores pais do mundo que me disseram que moveriam montanhas e fundos (fundos, principalmente!) para que eu conseguisse realizar este sonho. Trabalhei muito para pagar o curso, vendi meu carro (que está em ótimas mãos de uma grande amiga, a Aline) e a estadia vai ter ajuda de custo... um PAItrocínio, digamos assim.

Vou ver muitas novidades, falar (de verdade) mais uma língua fluentemente, viver experiências, que sei, serão indescritíveis. Quando lia o livro Mar sem fim, do Amyr Klink, sua descrição sobre o que é viajar me marcou bastante. Transcrevo-a aqui: “Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”. Acho que, desde aquela época (há anos o li), o sonho vem ganhando forças.

Estou de mente e coração aberto para toda e qualquer experiência que vier por aí. Essa é a intenção primeira de tudo o que vim buscar. Já que estou abrindo mão do meu conforto e do convívio diário com todos aqueles que amo, estou com toda a disposição de quem vai correr uma maratona. Sei que vai haver suor... vai haver bolhas nos pés. Mas o meu alvo é a linha de chegada. Não pelo aplauso no final ou por uma medalha de algum metal. Sou uma entre aqueles que correm pelo simples prazer de chegar. Vou agarrar esta oportunidade com unhas, dentes e coração. Essa é a minha promessa a todos que estão na arquibancada, flamulando suas bandeiras e tocando suas cornetas.

Obrigada a cada um que participou e participará disso.

Nos vemos pelo mundo?


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Criado por Renata Goretti