segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Vacances de poche (Férias de bolso)!

Vou passar 4 dias em Paris, em uma espécie de mini-férias, antes de a ralação começar lá em Berlim.

Cheguei no Charles de Gaulle às 7:40 da manhã de domingo, sob a temperatura de 7 graus. Ia pegar um ônibus para o hotel mas o peso das malas de desanimou. "Vai taxi mesmo, pensei... É só não converter!"

Logo consegui um táxi. O motorista já começou de piadinha com o peso da mala maior (como diria o meu pai - do baú). Conversa vai, conversa vem (para quebrar o gelo e aliviar a distância), até ele, ao saber do que eu estava vindo fazer por aqui, me chamou de muito corajosa. Acho que ali comecei a sentir a ficha cair.

Cheguei no hotel (o mesmo onde estive no último Natal e Ano Novo) e o recepcionista já me reconheceu. Bom sinal. Banho e algumas horas de cama. O vôo tinha sido bem turbulento e eu não estava conseguindo dormir a cada anúncio (em 3 línguas) para afivelarmos o sinto. Acordei com o despertador para não perder o dia dormindo.

Resolvi ir a um recital na Notre-Dame. Saí animadíssima, mas a chuva ficou forte e eu, que esqueci de sair com o guarda-chuva, resolvi não encarar a fila enorme! Acabei dando umas voltas pela região, almocei um hamburger da Quick (rede nacional tipo Mc Donald's) e terminei o dia na Champs Elisées comprando ingresso para o cinema. Voltei para o hotel para cedo, para descansar as pernas e as olheiras do vôo.

Nesta segunda, consegui ir à Cité de L'Architecture (na Place du Trocadéro), um museu dedicado à Arquitetura antiga e moderna. No primeiro piso, reproduções, em gesso e madeira, de diversos elementos da arquitetura Romana, Gótica, Renascentista e outras. FANTÁSTICO! O segundo piso, onde não pude fotografar, exibe várias informações de Arquitetura Moderna e Contemporânea, além de uma exibição compacta de novos arquitetos sobre a nova maneira de se pensar a habitação. Para concluir, uma réplica em escala real do apartamento tipo E2 da Unidade de Habitação de Marseille, do Arquiteto Le Corbusier. Indescritível... Quase a mesma sensação de pisar na Villa Savoye.







Saindo de lá, logo se vê a Torre Eiffel e os vários vendedores de souvenirs... O céu estava bastante cinza, parece que é típico nessa época do ano. A temperatura estava por volta de 13, 14 graus, o que me animou para uma caminhada...



Mas, ali nos Jardins du Trocadéro há um Aquário fantástico, que eu ainda não conhecia. E, como amo Aquários, lá fui eu. Para aqueles que gostam, como eu, vale a pena ir. As espécies vão desde pequeninos peixes-palhaço (Nemo) até tubarões. E a calma que se sente lá dentro!





Caminhadas e mais caminhadas na saída de lá, parei num Hippopotamus (ótimo restaurante a bom preço) e comi um Tornedor de Filé com fritas... Muito, muito bom! Ainda estou almoçando no horário do Brasil, ou seja, às 17h aqui... hehe. Tenho que corrigir isso, para entrar no ritmo certo.

Mais tarde, fui assistir meu filme "Comer, rezar, amar" (Mange, prie, aime), filme que vai entrar em cartaz aí no Brasil nesta próxima sexta, dia 01. Não li o livro, mas as indicações das minhas amigas Marcelle e Thais me diziam que eu me identificaria com a história. Não vim pelos mesmos motivos de Liz (Julia Roberts), a personagem principal, mas ela fica fora 1 ano, para se modificar. Mas, não vou contar a história aqui, né? Gostei muito do filme, tirando o fato de que não escolheram um ator Brasileiro para fazer o papel de um Brasileiro e o português dele fica até engraçado! A capa do livro, Best Seller nas pratileiras aqui, diz: "Changer de vie, on en a tous rêvé... Elle a osé!" - "Mudar de vida, todos nós sonhamos... Ela ousou!". Por isso me identifiquei...


Voltei para o Hotel e, ao conversar no Skype (eu estava falando bem alto mesmo), um vizinho qualquer de quarto, aqui, socou a porta. Tive que emitir um sonoro "Pardon!" e terminar a conversa. Espero não encontrar com ele amanhã e vou ficar mudinha da silva aqui pelo hotel até minha partida... hehehe.

Como em todos os dias, sem compromisso amanhã. Mais tarde, conto a jornada aqui.

A Bientôt!

Correndo atrás do sonho...

Oi, gente... acho que, agora, esse blog anda! Já que vai ser um dos canais de comunicação entre o Oriente e o Brasil...

Deixei várias coisas no Brasil me esperando e vim atrás de dois sonhos em um: voltar a estudar e morar um tempo na Europa. Não foi e, sei, não será nada fácil. Mas, como com todo sonho, são necessárias algumas coisas para sua realização: vontade, foco, empenho e, sobretudo, torcida.

Identifico-me, nesse momento, com umas palavras de Fernando Pessoa: "Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

A vida tem me dado coisas tão maravilhosas, em tão pouco tempo, que já estava começando a acomodar. Não tinha nada do que reclamar. E essa estava sendo um pouco a minha inquietação. Estava precisando de algo a mais. De um passo a mais. Confesso que não sei onde esse afã vai me levar, mas, por ora, é essa conquista que almejo.

Pisar aqui na Europa não é novidade. Mas, vou para uma cidade que não conheço: Berlim. Muitos me perguntaram "Por que Alemanha?". A resposta é simples: nada na minha vida aconteceu por acaso. As mensagens vêm na hora que parece que têm que vir. E, dessa vez, não foi diferente. Como eu já estava fazendo aulas de Alemão, vi a divulgação dessa oportunidade e a abracei.

Minha vinda é fruto de uma inscrição em um programa de Bolsas do DAAD, instituição que fornece bolsas para Mestrados e Doutorados na Alemanha. Não fui contemplada com a bolsa, mas, há quase 30 anos atrás fui contemplada com os melhores pais do mundo que me disseram que moveriam montanhas e fundos (fundos, principalmente!) para que eu conseguisse realizar este sonho. Trabalhei muito para pagar o curso, vendi meu carro (que está em ótimas mãos de uma grande amiga, a Aline) e a estadia vai ter ajuda de custo... um PAItrocínio, digamos assim.

Vou ver muitas novidades, falar (de verdade) mais uma língua fluentemente, viver experiências, que sei, serão indescritíveis. Quando lia o livro Mar sem fim, do Amyr Klink, sua descrição sobre o que é viajar me marcou bastante. Transcrevo-a aqui: “Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”. Acho que, desde aquela época (há anos o li), o sonho vem ganhando forças.

Estou de mente e coração aberto para toda e qualquer experiência que vier por aí. Essa é a intenção primeira de tudo o que vim buscar. Já que estou abrindo mão do meu conforto e do convívio diário com todos aqueles que amo, estou com toda a disposição de quem vai correr uma maratona. Sei que vai haver suor... vai haver bolhas nos pés. Mas o meu alvo é a linha de chegada. Não pelo aplauso no final ou por uma medalha de algum metal. Sou uma entre aqueles que correm pelo simples prazer de chegar. Vou agarrar esta oportunidade com unhas, dentes e coração. Essa é a minha promessa a todos que estão na arquibancada, flamulando suas bandeiras e tocando suas cornetas.

Obrigada a cada um que participou e participará disso.

Nos vemos pelo mundo?


Criado por Renata Goretti